Na época em que o Japão era uma potência em ascensão, chegando ao posto de segunda economia mundial e despertando um terror amarelo acerca de um deslocamento do eixo de poder do Ocidente ao Oriente – mais ou menos o que acontece hoje com relação a China –; nesse contexto os EUA descobriram a figura do ninja, sobretudo por meio dos videogames e do tokusatsu Jiraya. Foi amor à primeira vista, o país foi varrido por uma ninjamania com centenas de filmes e livros sobre o tema. Como no Brasil há um gap cultural, aquilo que acontece nos EUA ecoa aqui anos depois, tanto mais anos quando não havia internet, de todo modo minha geração pode desfrutar dessa ninjamania em durante a infância.
Suf Ninjas é um daqueles filmes que bem poderia figurar na sessão tarde, descobri por acaso na internet e atraído meramente pela estética fui conferir. Depois de negligenciar seus deveres escolares e passar a tarde surfando, dois garotos descobrem que na verdade são príncipes de algum reino oriental cuja estética parece uma mistura da Índia com a Tailândia. Quando foram levadas aos EUA para fugir de um mercenário americano que por algum motivo usa uma armadura samurai (não tente entender só aprecie a estética). Agora chegou a hora dos jovens cumprirem a profecia, reconquistarem o trono e libertarem o reino. Nessa jornada, o mais velho descobre que tem uma noiva bem gata – um acordo de casamento entre o seu pai e o pai da moça – que é filha do dono do restaurante chinês ou coisa assim, o sujeito também tem habilidades de kung fu – mesmo sem nunca ter treinado - . Acompanhado de sua turminha do barulho e lutando com ninjas vestindo trajes camuflados eles retornam ao seu país, recuperam antigas armas lendárias e derrotam o vilão. Depois disso, estabelecem a democracia, ensinam rock a um “homem santo” – sujeito usa laranja, acho que era um monge budista mas o filme não se preocupa em explicar isso - e vão embora porque tem de estudar pro vestibular.
É um filme divertido e bem “americano”, os personagens não estão nenhum pouco interessados em entender a cultura e as tradições daquele lugar, só caem na porrada, ensinam os caras a surfar e escutar rock, estabelecem a democracia e vão embora, acreditando estar fazendo bem aquele povo. Bem o estilo das desastrosas intervenções americanas no resto do mundo. Bom, ao menos naquela época só espalhavam o rock, agora é toda a agenda woke sodomofeminista infernal.
Descobri que existe também um jogo com o mesmo nome, que aparece bastante no filme, imagino que foi baseado no mesmo. Vou jogar um pouco e se for o caso comento aqui.
Forte abraço!




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