Muito pode ser dito e escrito acerca de Yu-Gi-Oh!, é uma franquia que inspira um sem número de reflexões. Fora uma jogada comercial simplesmente genial da Konami que convenceu o Takahashi a mudar os rumos de um mangá edgy de terror sobrenatural para uma história de amizade afim de vender cartinha. E como vendeu, a Konami acumulou uma boa fortuna vendendo papel colorido e organizando torneios pelo Japão. O passado edgy de Yu-Gi-Oh! pode ser visto nos primeiros volumes do mangá, bem como em uma antigo anime da Toei de 1998 que ficou conhecido na internet como Yu-Gi-Oh Zero!
O anime de 98 adapta os 59 capítulos do mangá - e inventa algumas coisas também - e as cartinhas demoram um pouco para ganhar destaque, em geral vemos o Yugizinho envolvido em uma série de problemas do qual escapa manifestando o espírito do faraó que envolve o inimigo em algum tipo de jogo das sombras (Yami no Game), uma vez derrotado, o sujeito é submetido a terríveis torturas. Além de manifestar o passado sombrio do faraó (e não só dele: Seto Kaiba e seu irmão Mokuba são verdadeiros psicopatas), acho interessante como o antigo anime quebra o culto do oprimido, por diversas vezes nos deparamos com um vilão com um passado dramático, vítima de inúmeras injustiças, que , contudo, ao obter poder se torna um monstro pior do que aqueles que o machucaram.
[...] mas de toda maneira eu prefiro bonecas, pois elas são mais puras que humano.[1]
[1] BARRAL, Etienne. Otaku: os filhos do virtual, p.48




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