Dado ao hype da nova temporada de Bleach, resolvi recentemente revisitar o anime. Não estava com paciência para reiniciar toda aquela longa e arrastada jornada – arrastada sobretudo no arco do Hueco Mundo - mas apenas desejava reavivar algumas memórias e rever uma antiga waifu.
O arco mais memorável de Bleach e onde Kubo mostrou todo o seu talento foi o da Soul Society, mas dirigi minha atenção especificamente aos primeiros 20 episódios, onde a história era mais leve, não tão pretenciosa, e a Rukia estava especialmente linda e fofa vestida com o tradicional uniforme japonês kekekek.
A primeira saga tem toda uma estrutura de um mahou shoujo, uma garota recebe poderes de alguma criatura mágica, adquire uma roupa estilosa e vaga pelas noites salvando o mundo de monstros esquisitos enquanto durante o dia tem sua vida comum, tendo de lidar com a escola, família e amigos. Troque a garota mágica por um adolescente de cabelo laranja e temos Bleach.
Julgo o Ichigo um personagem chato e sem carisma o mesmo vale para os demais do grupo principal: Inoue, Chad e Ishida, mas nesse anime os personagens secundários acabam compensando o protagonista; nessa temporada o destaque vai para a Rukia e a Urahara. Aquela leveza slife of life, a rotina escolar dos personagens, contrastada pelas noitadas gothic punk do shinigami substituto trazem a essa temporada um charme particular, outra coisa é que como até então a maior parte da cosmologia da obra ainda estar um tanto quanto obscura, me foi permitido fazer certas analogias católicas que o desenvolvimento posterior da obra me virá a negar.
Contudo, era algo com prazo para acabar. Kubo não consegue se expressar muito bem nesse quadro narrativo, a cidade é genérica demais, não há aquela apreciação estética da paisagem - que existem por exemplo, em Digimon Tamers - aquela mística dos lugares. O loja Urahara, que tinha tudo para ser memorável, não tem absolutamente nada que valha mencionar. No muito nos lembramos do guarda-roupas do Ichigo, onde a Rukia dormia.
Já comentei sobre a falta de carisma do núcleo de protagonistas, bem os vilões sofrem do mesmo problema. Os hollows são apenas monstros genéricos, mesmo aqueles que tem um drama pessoal com os personagens, por mais que sua aparência seja maneira, sua personalidade não é bem trabalhada tampouco seus poderes. São descartáveis, feitos para serem derrotas em um ou dois episódios e logo esquecidos.
Não sei se no mangá é diferente, mas no anime, a impressão que fica é que Kubo tinha pressa de pular logo para Soul Society. De fato, na saga seguinte o mesmo iria mostrar todo o seu potencial, mas esse começo poderia ser melhor aproveitado.
Talvez comente os arcos posteriores do anime, talvez não. Eu acompanhei Bleach por muito tempo na época dos “project” em que ele figurava o big three, mas meio que me decepcionei com a trama. No fim todo aquele vasto universo acaba por se limitar em demasia ao redor do Aizen – que é um vilão muito bem construído - e o protagonista nada carismático acaba buffado acumulando poderes em demasia e sem grande sentido apenas para conseguir derrotar o vilão. De todo modo, a Rukia é uma gata kekek




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