
Cobra Kai foi a maior surpresa da indústria cultural da última década, uma dessas obras que realmente tem algo a dizer para nosso tempo. Produzida pelo YouTube (sim, pelo YouTube) a série promove uma radical mudança de perspectiva do unidimensional Karatê Kid. 34 anos após os acontecimentos do filme original, a história segue agora segundo o ponto de vista de Johnny Lawrence, o “vilão” do primeiro Karatê Kid; enquanto Daniel-san (agora Sr. LaRusso) tornou-se pai de família e um rico empresário do ramo automotivo, a vida de Johnny foi um desastre, vivendo em meio a bebedeiras, sustentado sobretudo pelo dinheiro do padastro, fez um filho em uma de suas aventuras amorosas, filho este já na adolescência, o qual até então não dera a mínima atenção. Segundo a tola cosmovisão que rege a sociedade norte-americana, Johnny é um loser, enquanto Daniel LaRusso um winner. Porém, Daniel perdera algo nesse processo, e com o desenvolvimento da trama, vemos as dificuldades que enfrenta ao educar seus jovens filhos, e como Johnny, reabrindo a antiga escola de Karatê Cobra Kai, com seu método hard, acaba fazendo a diferença na vida de muitos jovens, ajudando-os a vencerem o bullying e as inseguranças típicas da adolescência.
Na década de 80-90, era do primeiro Karatê Kid, estavam na moda aqueles personagens pacifistas, “bonzinhos”, a filosofia dos “ursinhos carinhosos”. Pensemos no mundo dos animes, em Rurouni Kenshin de Samurai X, ou em Yang Wen-li de Legend Galact Heroes. Entretanto, poderíamos dizer que a tendência hoje no entretenimento são os “badboys”, gente com a moral cinza, gente agressiva, um ponto de ruptura e rebeldia ante a atual configuração social. E isso não é apenas no entretenimento, vemos isso na política, na ascensão dos “outisiders” anti-sistema, pensemos naquilo que chamam vulgarmente de ''populismo de extrema-direita'' na Europa, ou mesmo em Donald Trump nos EUA. E porquê? Porque esse arquétipo bobo do bonzinho, este pacifismo tacanho, tornou os homens fracos, transformou-os em maricas, maricas incapazes de resolver seus próprios problemas, maricas a assistir passivamente o desabar da civilização. Marcos Lima, faixa preta em Kung Fu, convida-nos a analisar está situação a partir dos ensinamentos do livro do Elcesiastes (Eclesiastes? Bíblia? Sim, estava esperando acaso alguma bobagem zen oriental?):
Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou.
Tempo de matar e tempo de curar; tempo de demolir e tempo de construir.
Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de gemer e tempo de dançar.
Tempo de atirar pedras, e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de apartar-se.
Tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora.
Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar.
Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz. (Ecl 3,1-8)
Talvez o antigo pacifismo fosse necessário outrora, onde a agressividade natural do homem estava exacerbada, mas hoje este tipo de mentalidade não serve! É tempo de redescobrir o arquétipo guerreiro e a agressividade natural do homem, é tempo, como diria meu amigo Lawlyet, de restaurar a alta macheza.
O instinto agressivo, esta fúria e combatividade, é algo natural do homem, não deve ser eliminado, amputado, mas canalizado a um fim nobre. Voltando a série, vemos que apesar do “sucesso educativo” de Jhonny, a filosofia Cobra Kai ainda padece de erros, erros gravíssimos, cuja solução ficará para a segunda temporada da trama, mas a redescoberta deste instinto agressivo e combativo, desta macheza selvagem, eis uma importante lição.
É hora desta civilização de maricas, aprisionada e domesticada pelo politicamente correto, redescobrir o método: "pé na porta e soco na cara".
É tempo de restaurar a alta macheza!

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